30 de outubro de 2004

São Paulo. Dia 11 de setembro, era dia do show do Linkin' Park.

Uma da tarde, Galeria do Rock LOTADA. Uma garota de jeans e all star vermelho identificada como Sarah de 13 anos de idade, sentou na "grade" do último (4º?) andar da galeria, gritando que ia se matar e um dos motivos seria não ter conseguido o ingresso pro show da porra do Linkin' Park.

Blá blá blá, passa tempo, um tumulto enorme se forma lá embaixo, os políciais e bombeiros isolam o locar e uma linda galera do "new metal" ou sabe se lá do que gritava:
"PULA, PULA" pra garota!

Durou menos de duas horas. Todos duvidavam que ela ia pular e muitos provocavam, quando...... "PLOFT!!!!!!!".
Como disse Van Halen:
JUMP! GO AHEAD JUUUUUUMP!!

E todos que duvidavam pagaram com sangue espirrado no meio da fuça! Ficou um clima HORRÍVEL a partir de então.
Agora, eu tenho visto muita gente xingando ela (a atitude dela)... na própria comunidade da Galeria no Orkut, de muita gente que estava lá.
E como eu adoro contradizer argumentos que eu considero fúteis, ao que eu posso argumentar em cima, eu digo:

Era burra? Criança? Idiota? Nada na cabeça? SIM.
Mas se todos que são assim merecessem a morte o mundo teria somente meia duzia de... CACHORROS!

13 anos. A menina não teve "culpa" de ser assim cara, 13 anos a gente nem tem personalidade feita ainda! Se é que ela tinha essa idade mesmo vocês (alguns) estão a julgando demais. Nenhuma CRIANÇA de 13 anos é obrigada a ser a garota mais cabeça feita do mundo!

Agora, a minha GRANDE questão é:
Por que os FELIZES dos bombeiros ou políciais não colocaram NADA no chão?
Aqueles negócios infláveis. Eles não carregam esse tipo de coisa com eles??? Brasil... Brasil...
Qualquer "colchãozinho resistente" ali teria evitado a morte!
Iria se machucar sim, mas morrer não!

Mas deixaram a garota cair no concreto porque??? DÚVIDA OU INCOMPETÊNCIA?
Duvidaram que ela ia se jogar?
Independende de idade, nesse momento, a pessoa precisa de AJUDA do próximo!
Mas como já disse em outro tópico desse mesmo assunto, se dependesse do próximo, todos nós nos jogaríamos do último andar da Galeria estando no lugar dela!

Também disseram que ela cheirava muita coca (estava drogada no momento) e tinha pego o namorado com outra.
Vamos julgar. Independente de toda a burrice e estupidez, num momento desses com toda certeza o que qualquer um precisa são de palavras de conforto.

Eu tenho vergonha de vocês (dos que são assim maioria). E da porra da mídia que não divulga também! Maldita seja a mídia. Maldito seja o poder da mídia. OK! Vamos deixar isso bem camuflado então e deixar virar moda, o que acham?? Eu aprovo e muito.

Obs: essa informação me foi passada por VÁRIOS amigos e amigas de São Paulo e que frequentam a Galeria do Rock em São Paulo, até onde é verdade e até onde é mentira não sei. Tratei de forma hipotética como se fosse realidade esse caso. Eu não estava lá na hora para saber.

24 de outubro de 2004

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de atrás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.

Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante, faz festas e se prepara pra faculdade.

Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando...

E tudo termina com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"

(autor desconhecido)

10 de outubro de 2004

Alguém já viu aquele filme "Um Noite Muito Louca"? Minha última madrugada lembrou o filme. Em vários sentidos.

Sepulfest. Bagunça, headbangers, tumulto e 4 bandas, no mínimo interessantes de serem assistidas. A primeira, eu to rindo até agora dela. Unearthly. Lembram do post (dia 24 de setembro) que "ensina a ser true black metal"?! Essa banda seguiu o manual à risca. Sem mais comentários sobre ela. Matanza foi a segunda atração da noite. Uma competente banda, com identidade própria, mas que infelizmente, foi prejudicada pela "lei do som ruim para bandas de abertura". Uma Sra. Sacanagem com o quarteto meio-punk-meio-hard rock.

A coisa começou a ficar séria quando Sayowa entrou no palco e mostrou ser uma promessa para os próximos anos no rock nacional. Tocaram de Chico Science e Nação Zumbi à Metállica, até O Rappa passou pelo repertório deles. Dois pares de tambores tocados por dois percursionistas da banda, são a identidade deles e que realmente fazem a diferença. Mas o que esperar de um show do Sepultura num lugar underground (e bota underground nisso) como a Fundição Progresso?! Eu esperava muito e muito me foi dado. A banda está mais entrosada do que nunca. Igor Cavalera, o gênio das baquetas, deu um verdadeiro tapa na orelha de todo mundo presente. Andreas Kisser, soltou algumas pérolas como "Smoke On The Water" do Deep Purple, "Black Sabbath" da própria banda homônima e "Dazed and Confused" do Led Zeppelin. Grande show.

Mas a noite de verdade, só estaria começando. Na saída, eu descubro que não havia ônibus para Jacarepaguá. O que fazer?! "Ahh, vou andando para o Garage" pensei, mas desisti na Av. Presidente Vargas, tamanha a distância da Lapa até o Centro. Quem conhece um pouquinho o Rio, sabe do que estou falando. Ônibus não passava, van também não, só restava esperar sentado ao meio fio. Saudade dessa vida de roqueirinho-doido-que-não-tem-rumo. Me lembrou até meus 16 anos correndo atrás de qualquer showzinho que tivesse. Não que o Sepulfest estivesse incluso nesse grupo de "showzinho", muito pelo contrário, mas que o perrengue é fato, é. Saudade do perrengue? Sim, muita. Se for fácil não tem graça, não é rock´n roll. Pode parecer clichê isso, mas é clichê mesmo.

Finalmente surge um ônibus conhecido. Era o 269. Vazio, com uma meia dúzia de gatos pingados dentro do ônibus. Depois de me pegar, só pegou mais um casalzinho bem alternativo (cada um com um cabelo pior que o outro) no ponto do Garage. Rumo à Estrada Grajaú-Jacarepaguá, ninguém mais embarcou no busão. Mas no meio da serra, o ônibus se depara com uma multidão que saía do baile funk da Árvore Seca, uma verdadeira fauna se apoderou do ônibus às 5 horas da manhã. Não cabia mais nem uma alma. Sorte minha que eu já estava sentado. Com minha camisa do Sepultura, um casaco de couro, eu me senti no ninho de cobras. Ou seria macacos?! Calma, não foi racismo, até porque a maioria era branca. Falo isso por causa de uma indivídua que eu não vi a cara dela (graças a Deus) durante a viagem toda, mas que eu ouvia sua voz frenética gritando "eu sou macaca", "tira a mão do meu c*", entre outras frases memoráveis e muito produtivas intelectualmente falando.

O ônibus era "pilotado" (como os funkeiros estavam dizendo), por uma senhora de cabelos grisalhos muito paciente, que deixou todos entrarem pela porta de trás, a da saída, para não pagarem, tamanho seria o tumulto se ela não abrisse, ou pior, se ela nem parasse o ônibus. Uma atitude coerente e corriqueira para os profissionais do ramo que fazem o trajeto da Est. Grajaú-Jacarepaguá. Mas nem um pouco corriqueira para mim. Só para se ter uma idéia, eu tinha acabado de sair de um show do Sepultura, no entando eu só fiquei com dor de cabeça depois que a tal auto-intitulada "macaca" e seus amigos intelectualizados, gritavam para quem quisesse ouvir, suas peripécias durante o tal baile funk.

Cheguei no ponto da Av. Geremário Dantas são e salvo por incrível que pareça, comemorando até o fim da alma por ter conseguido chegar perto de casa e principalmente, ter conseguido sair do ônibus.

Provavelmente eu esqueci de relatar algum detalhe que na hora que eu caminhava a minha rua toda em direção à minha casa, eu pensava em postar. Mas a maior parte dos acontecimentos inusitados foram estão nesse post, feito do jeitinho que eu gosto: com carinho. Hahahahaha.

Abraços a todos e fiquem com Deus.