29 de maio de 2009

Deschatiando meu blog

Mudei de endereço tem 2 semanas mais ou menos e migrei aqui para o Blogspot. Antes, cultivei por muitos anos o meu blog original no Blogger Brasil, onde estava bem incomodativo postar. Todos meus posts encontram-se no índice ao lado, separados por data de publicação. Perdê-los, ainda que eu considere-os um passado distante, não iria me deixar muito à vontade.

Eis que chega o momento de não se falar mais de assunto chato, como o fiz nos dois posts anteriores. Sou uma mente apolítica demais para falar de tais assuntos. Eis que chega o momento de se falar de um assunto, que praticamente qualquer tipo de pessoa gosta: música. E farei isso, falando de uma banda de heavy metal, ou metal se preferirem. Não pegarei de exemplo qualquer banda e sim a banda que é uma unanimidade no meio do gênero.

Seis caras, ingleses, tocando numa banda com mais de 30 anos de estrada. Iron Maiden é o nome dela. Já fui a 7 shows dos caras e tal energia eu nunca senti igual nem em dia de Maracanã lotado em final de campeonato.

Descobri hoje duas músicas que eles tocaram no lendário estúdio Abbey Road em 2007. Me fizeram pensar no quanto a qualidade sonora de uma gravação, conta a favor ou contra para eu me sentir atraído pela mesma. Claro que eu, modéstia à parte, tendo um apurado e amplo gosto musical, não me interesso só por qualquer coisa bem gravada, senão, sempre que eu olhasse para a minha prateleira, veria a coleção completa do Roberto Carlos. Mas notei que o prazer auditivo inflamado em mim, muitas vezes é causado por uma música limpa, bem gravada, bem equalizada e bem mixada. No caso do Abbey Road, o estúdio que os Beatles gravavam seus discos, o Iron Maiden não esteve lá para gravar um disco novo e sim para fazer um registro do que seria: a maior banda de heavy metal do mundo, tocando no estúdio mais famoso do mundo. Escolheram muito bem as duas músicas. Sem cair no clichê. A primeira música é do mais recente álbum de estúdio, o elogiadíssimo A Matter of Life And Death e outra do clássico álbum The Number of The Beast de 1982.

Sei que dificilmente alguém chegou ao fim do post, pois além de não ter muito público aqui, eu compartilho de um gosto musical não muito popularizado aqui em terras tupiniquins, mas se você não costuma ser uma pessoa apressada, assista pelo menos uma das músicas abaixo, tente ser imparcial e tire suas conclusões.

Brighter Than A Thousand Suns




Hallowed Be Thy Name

27 de maio de 2009

Mais uma vez, Srs. Magistrados

Mais uma vez os Srs. Magistrados de nosso país me chamam atenção. Falo de um certo juiz gaúcho que liberou 15 criminosos ladrões de caminhões de uma possível prisão preventiva, por alegar prisões cheias. Uma das vítimas, um caminhonheiro já com uma certa idade, perdeu sua única fonte de renda e chorava por não saber como sustentar a família dali em diante.
Então é isso mesmo? Você rouba, fica livre. Você trabalha, perde o que tem e ninguém faz nada por você. É, é isso mesmo. Ninguém faz nada por você. Terra de ninguém.
Não há uma alma sensata com alguns milhões de Reais no bolso para bancar penitenciárias? Se todo mundo tivesse certeza que iria preso e fosse trabalhar, ralar muito, nessas prisões, provavelmente o cara-pálida iria pensar duas vezes antes de ser bandido.
Recentemente li o livro Falcão - Meninos do Tráfico. Costumo concordar com 80% dos pensamentos sociais do meu amigo MV Bill - um dos autores do livro, ao lado de Celso Athaíde - porém, no caso dos relatos desse livro e da descarada intenção de demonstrar ''falta de oportunidade'' para os jovens que vão para o mundo do crime, eu discordo em gênero, número, grau e circunstância. Tenho inúmeros amigos na Cidade de Deus, lugar onde reside até hoje o próprio MV Bill e ninguém, absolutamente ninguém é vagabundo, criminoso ou desonesto de alguma forma. São todos eles pessoas que trabalham, que tem consciência de todas as dificuldades de se viver numa favela, de viver num país maldito, com contradições sociais e jurídicas mais malditas ainda. O tráfico foi expulso de lá há poucos meses e os moradores tem um pouco mais de tranquilidade. Mas e os traficantes desempregados que assaltarão a mim e a você no primeiro sinal?! Esses mesmos juízes soltariam um desses se a polícia fizesse o trabalho de prendê-lo? Socorro. Que país é esse?


23 de maio de 2009

Maísa, a vítima

Muito me intriga a intenção desses senhores promotores de justiça e juízes que resolveram, de uma hora para outra, interferir na participação da pequena Maisa no programa do patrão Senor Abravanel. Usaram como ponto chave, o fato dela ter batido a cabeça numa camera de tv acidentalmente enquanto corria pelo palco. Vide o acontecimento abaixo:



Uma certa juíza de Osasco (onde estão os estúdios da emissora de tv do Homem do Baú), afirma ainda "que a participação da garota não observa o direito à liberdade e o respeito à dignidade do ser humano em desenvolvimento", dentre outras aplicações legais(?) do Estatuto da Criança e do Adolescente. Logo em seguida, juntinhos com essa opinião, vieram aqueles mais radicais, que chegam ao cúmulo de chamar a menina até mesmo de 'infantil'. Um literal pleonasmo de merda.

Eu entro com a minha opinião nessa meiuca achando que nem tudo que vem de Silvio Santos são flores, mas que Maisa também não é lá aquela Srª Vítima que está sendo configurada. Ela é uma criança que retrata mais fielmente possível a maioria das crianças que tem uma boa escola, uma boa alimentação, sabem falar, são pseudo-precoces - atraindo mais e mais admiradores dessa forma 'fofa' de demonstrar inteligência - mas que são extremamente mal educadas, grossas, sem limites impostos pelos pais. Tanto não há limites, que ela caiu nas graças do SBT, do povo, de fãs e dos principais sites de notícias (pois não pensem que entro no Google digitando: ''Maisa notícias'').
A tendência é que, guardadas as devidas esperanças de cada um de nós por uma sociedade futuramente melhor na próxima geração, só tenhamos mais e mais crianças odiáveis como essa. Será que algum dos auto-proclamados fãs da Maisa gostariam de tê-la como vizinha?

13 de maio de 2009

Nessa segunda-feira, o Programa do Jô teve dois convidados com cargos diferentes, mas em funções parecidas: Michel Temer, presidente do congresso e Sebastião Santos, presidente da Associação dos Catadores de lixo de Gramacho.
Michel lida com 513 senhores, em sua maioria com um nível de instrução razoável, alguns com nível superior e salário mensal de R$ 16.512,09, fora os "extras", que todo brasileiro que não passou os últimos 20 anos numa ilha deserta, sabe que existe.
Sebastião lida com cerca de 5 mil analfabetos e semi-analfabetos, que fazem a coleta seletiva de lixo no aterro sanitário de Gramaxo, baixada fluminense, faturando uma média de R$ 50,00 para uma média de 18 horas de trabalho suado, cansativo e nada saudável, tendo em vista toda a exposição de riscos que um catador sofre no seu "ambiente de trabalho".
O que mais me impressionou - ainda que eu não saiba se a intenção da produção do Programa do Jô foi proposital ou não - foi ter a presença de dois tão opostos líderes no MESMO dia de programa. É claro que Michel teve 2 blocos do programa para falar de um assunto que nós brasileiros aprendemos a repudiar, dispensar, odiar e até mesmo rir às vezes: política. Sebastião teve um bloco somente, para falar do trabalho de 5 mil pessoas que ajudam muito mais a sociedade e são muito mais úteis do que os 513 colegas de Michel. São pessoas que ajudam o nosso meio-ambiente a ficar menos pior, pessoas que trabalham e fazem muitíssimo jus ao dinheiro suado que recebem no fim do dia, pessoas que mesmo com pouca instrução (em sua maioria, como Sebastião mesmo detalhou), estão ali fazendo a parte delas: trabalhando.
Não é, no mínimo, curioso viver num país onde catadores de lixo (ou catadores de material reciclável como Sebastião gosta de dizer), sejam mais úteis à nossa sociedade do que os 513 senhores que estão em Brasília porque nós próprios colocamos eles lá?
Se não tivessem sidos os dois, convidados para o mesmo dia, eu não teria pensado nisso.
Contraditório demais e contrastante demais esse programa de hoje.