27 de março de 2010

Replay

Assistir o Caso Nardoni me fez sentir, como se eu estivesse vendo uma reprise no Supercine (definitivamente não é o tipo de filme que passaria na Sessão da Tarde). É impossível eu não ver ali, semelhanças com o Caso Richtofen. Semelhanças no que diz respeito a comoção popular, a bizarrice do caso e principalmente, ao fato que pessoas de classe média, com alguma condição de pagar advogados, sempre tem - mesmo quando condenados como foram - suas penas reduzidas a um sexto da pena. Réu primário, sem antecedentes, bom comportamento, etc... Alguns passam até por uma pseudo-avaliação psicológica para se saber se o condenado está apto a voltar ao convívio social.
Não culpo nem inocento ninguém, ainda mais quando não participei do julgamento. Eu não fui testemunha de nada, muito menos jurado. Evidências fazem o povo se mobilizar. Evidências não culpam ninguém, a menos que o juri queira que assim seja. É um assunto que realmente vejo tanta coisa errada que não dá nem vontade de começar a falar.
Mais uma vez o Brasil mostrou o quanto falta equilíbrio emocional. Em várias situações que dizem respeito a um todo (leia-se o povo) não vemos ninguém tirando a bunda da cadeira pra lutar por seus direitos cíveis. Quando envolve uma quantidade mínima de pessoas (uma, duas ou três no máximo), vemos pessoas soltando fogos sem ter tido total conhecimento de causa.