25 de dezembro de 2010

Especiais de fim de ano

Sempre isso. Roberto Carlos ali, Xuxa acolá. Algumas emissoras de TV tentam variar colocando um artista internacional já manjado. Imagino as caras das pessoas vendo o Fiuk e o Fabio Junior em 'Tal Pai, Tal Filho' contracenando. Tem opção? Quem não tem dinheiro para pagar uma TV por assinatura, tem que se dar por satisfeito.

Já o bairro geriátrico de Copacabana receberá o blue ray Roberto Carlos, para ajudar a congestionar (mais ainda) o trânsito do bairro. Os velhinhos, coitados, nem ligam, já que não dirigem há muito tempo e fazem tudo pelo bairro a pé. Os poucos incomodados, tem sua voz de protesto abafada pelo público sexagenário (pra cima) fã de carteirinha do paranóico Roberto. Até porque, quem já tá cagado com o inferno do reveillon em Copa, não liga para o little peido que é 1 milhão de pessoas no seu bairro 7 dias antes.

E você, ô da poltrona, terá também que aturar (se ligar a TV esses dias), o especial de 50 anos de carreira de Renato Aragão. Alguém ainda tem saco para Didi ou Dedé? Os Trapalhões, de verdade, os únicos engraçados: Mussum e Zacarias, já se foram há muitos anos. Pergunte a um moleque de 15 anos sobre eles e o máximo que ele saberá, é baseado num velho VHS do primo mais velho dele que ele pegou emprestado. Interessa, a essa altura, saber que o Didi ainda faz alguma tentativa de programa pastelão?!

Boa mesmo é a idéia da RedeTV! que fará um especial musical com o ridículo e patético Fred Mercury Prateado, do Programa Pânico apresentando artistas como Wanderley Cardoso, Agnaldo Rayol, CPM 22, Sorriso Maroto e KLB, o que certamente irá proporcionar boas risadas. Já que os artistas que a nossa mídia expõe são gente desse naipe, pelo menos que o faça com humor. Ponto para a Redetv! em comparação ao resto.

24 de dezembro de 2010

Apenas uma tradição

Há anos já se diz que 'o Natal perdeu o sentido, tornou-se data comercial'. Eu, como ateu, hoje em dia só consigo ver dessa forma. Me assusto com a idiotice do meu passado distante, onde minha não muito extensa família se juntava para trocar presentes de Natal, esperava-se até meia-noite para devorarmos a ceia e havia aquele tradicionalismo religioso todo imposto pela minha avó materna. Era triste, não era nada com muita pompa, muita fanfarronice. Era o tipo de festa mais triste possível. O pensamento que dominava todos era: ''hoje não pode fazer isso, é Natal'', ''hoje não pode fazer aquilo, é feio''. Sinceramente, se daqui 2 mil anos comemorassem a data do meu nascimento, de forma tão triste, eu ia ficar muito puto.

Natal só existe nas famílias com os seguintes pré-requisitos:
1 - serem famílias de pelo menos 4 ou 5 pessoas, ou mais e serem unidos: sem brigas familiares - não estou falando de divórcio - onde há uma harmonia, haverá um propósito para se reunirem que não seja apenas a data natalina.
2 - dinheiro no bolso: presentes e ceia custam (muito) dinheiro.
3 - alguém na família, geralmente a pessoa anfitriã, que acredite e siga as tradições cristãs de que 'o natal é onde se comemora a vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo', ainda que isso não seja lembrado durante nem sequer 5% do evento todo.

Passados mais de 20 anos, hoje o Natal para mim se resume a mensagens no orkut e facebook, sms, emails e muita, muita, muita propaganda nas ruas. O setor de publicidade deve ficar entediado nessa época. É só você jogar um Papai Noel na propaganda e anúncio de qualquer produto e não precisa de mais nada. É a época das propagandas menos criativas. O que é uma pena, pois apelar pra Papai Noel me deixa entediado. Ele sempre me pareceu um velho pedófilo. Bota criancinhas no colo pra tirar foto e dá aquela risadinha marota 'ho ho ho'. A noite ainda vai na casa de cada uma, com todo mundo dormindo, já sabendo que a criança não conseguirá dormir esperando por ele. Coisas do tradicionalismo me causam muita estranheza. Ainda querem reclamar de padres pedófilos?

Porém, tudo tem seu lado bom. Natal é uma época que as pessoas querem se isentar de agressividade, de pensamentos negativistas. É justamente quando ocorre a união de algumas pessoas que esquecem das outras no resto do ano. É quando acontecem coisas, que do ponto de vista cristão, é o 'milagre de Natal', ao juntar tanta gente em tanto sentimento de 'paz e harmonia'.

Aliás, esse papo de desejar para todos 'paz, harmonia e prosperidade', só ocorre em aniversários, Natal e Ano Novo. É um clichê do qual não escapamos. Mas seria muito mais legal se as pessoas levassem isso pro resto dos dias do ano, talvez os mais importantes. Afinal, o Natal e o Ano Novo são tradições que duram 7 dias, mas que não trazem frutos para os outros 358 do ano. Dizem que o que engorda não é o que comemos entre o Natal e o Ano Novo, e sim o que comemos entre o Ano Novo e o Natal, mas as pessoas se esquecem que durante esses 358 dias restantes, acontecem muitas coisas a mais do que apenas 'engordar'. Nós nos estressamos, ficamos cansados de trabalho, das pessoas. Nos saturamos do convívio de pessoas próximas a nós. Aí chega Natal e está tudo bem agora?  Me tirem dessa utopia, façam-me o favor. Somente aproveito a época para demonstrar, pura e simplesmente, o que sinto e desejo para as pessoas que gosto. Não acredito em 'correntes' ou 'vibrações' de positividade, mas como 95% das pessoas acreditam, é interessante que eu demonstre algum carinho e afeto pelas pessoas queridas nessa época, senão se sentirão esquecidas. Definitivamente, o mundo seria mais fácil de se viver se não fossem as tradições.