13 de setembro de 2012

Tempo Insuficiente

''Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver''

(Erasmo Carlos / Roberto Carlos)

Nunca pensei que citaria algo escrito pelo Roberto Carlos. Infelizmente, o momento foi oportuno e sem querer querendo reparei no quanto essa música surgiu de repente na minha mente sem o menor esforço ou incentivo. Ela simplesmente brotou. E foi por motivos fortes.

Ultimamente, os questionamentos são muitos. Chego a uma fase da vida que uso esse bendito e longevo blog para soltar pensamentos novos. Alguns realmente incomodativos, outros, simplesmente reflexivos sobre mim mesmo. Mas o texto que se segue, se refere de maneira genérica a pensamentos e não a mim mesmo. Eu jamais conseguiria falar de mim mesmo de forma tão intrínseca como eu gostaria. Ainda assim consigo ir fundo em pensamentos sobre a vida, mesmo que quase tudo dela continue um mistério.

Certas horas da minha vida eu gostaria de ser mais hardcore, pois notadamente, quem vive dentro de ideologias revoltadas, consegue atingir patamares de vida muito mais satisfatórios. São menos motivos para se prender a algo. Assim, todos obtêm sucesso quando conseguem se desprender de bens materiais, objetivos de vida, pessoas... sim, principalmente pessoas. Há quem passe uma vida inteira conformado por não ter nada disso, quem viveu uma vida em vão. Mas nossa mísera e curta passagem nessa coisa chamada vida não nos permite tais vacilos. Quando cometemos essas escorregadas na nossa linha do tempo pessoal, jamais temos força logo em seguida para mudar tudo. Leva tempo. Há quem não consiga mesmo que tivesse todo o tempo do mundo. Por que então vermos objetivos como razão de viver? Por que a cabeça erguida, dizem, é a chave do sucesso?

Depois de todos esses anos nessa indústria vital, lembro de cada experiência que já compartilharam comigo ou as minhas próprias. Somando tudo, não dá grande coisa, mas ajuda. Vai sempre me ajudar no sentido do que buscamos. Percebi que a maioria dos seres humanos não quer nada para sua vida que não fuja do óbvio e de regrinhas pré-estabelecidas. Muita gente deixa passar seus objetivos porque eles são alternativos demais. Morrem sem saber do que realmente gostariam de ter feito com suas próprias vidas. É um questionamento tolo e complexo, mas que ninguém perde meia-hora do seu dia para pensar. Simplesmente há aqueles que praticam esse tal 'sentido da vida' ou não.

Ideologia de vida é o que move essas (poucas) pessoas. Dentro de tudo aquilo que corre contra a correnteza social, está escondido um objetivo maior: chutar o balde. Quem já viu o filme ''Um Dia de Fúria'' (1993) sabe muito bem o que é quebrar a rotina, as regras e aquilo que incomoda, literalmente. As pessoas mais próximas da gente estão, geralmente, longe daquilo que querem. Que tal se cada um de nós puder fazer algo para esse alguém se sentir incentivado a chegar lá? Há psicologia reversa suficientemente forte para isso? Uma boa conversa também talvez ajude. A vida realmente é curta para tantas possibilidades que poderíamos explorar. Talvez se vivêssemos até os mil anos de idade, também acharíamos pouco tempo.

2 de setembro de 2012

Vida feliz e realidades alternativas

A realidade amorosa de cada um é proporcional a felicidade que o amor lhe trouxe. Há quem tenha sofrido muito por causa de um amor perdido. Há quem tenha conhecido apenas a felicidade através do amor. Esse segundo tipo de pessoa, acha o amor uma coisa linda, plena, perfeita. Mas se num universo imperfeito, somos capazes de sentir algo que depende totalmente da presença de um segundo ser, não podemos considerar isso algo perfeito. É talvez uma das maiores armadilhas que a vida nos coloca cara a cara para aprendermos a lidar. Talvez seja a pior parte da vida, a mais arriscada. Talvez seja a melhor parte da vida, pois nos faz sorrir e ter forças para tudo.
Em 29 anos de vida, eu jamais havia acreditado que existisse um amor verdadeiro que não fosse dos pais para os filhos e vice-versa. Sempre tive dúvidas quanto a isso. Mas hoje aos 32 anos, com um tiquinho a mais de quilometragem, aprendi que a humildade mediante aquilo que sentimos, é o que mais nos ajuda a aprender. Não podemos exigir que ninguém saiba lidar com a gente, se nós mesmos demoramos muito tempo para aprender a lidar com si próprio. Há quem viva uma vida toda sem conseguir aprender. É algo difícil de se exigir.
Músicas, filmes, lugares, momentos e outras lembranças soltas, fazem alguém, em certo momento da vida, fechar os olhos e sonhar acordado com o momento que relembra um amor.
O que é o amor? É eterno? É algo superável? Se precisamos superar, faz mal. Se faz mal, é amor? Amor não correspondido, é amor? Ou a maioria das pessoas confunde amor com paixão? O que é paixão? Separar essas duas coisas, cada pessoa faz ao seu modo. Os nomes de cada uma dessas invenções pouco importa. Vale apenas o que se sente. É muito mais importante que apenas nomes dados a essas coisas.
São perguntas demais para poucas respostas e pouquíssimo tempo de vida. É muita coisa para se responder numa expectativa de vida média de apenas 60 ou 70 anos de idade. Enquanto a gente vive aquilo, muitas vezes não paramos para pensar a respeito. Depois, quando algo nos afligiu ou agoniou de alguma forma, temos todo o tempo do mundo para pensar nisso.
Ainda lembro de quando criança, não pensava em pagar contas ou em amar alguém. Só pensava nos meus brinquedos e videogames. Talvez o chamado Complexo de Peter Pan que muita gente vive, seja uma auto-proteção disso tudo. O medo de trazer, por livre e espontânea vontade, alguns problemas para sua vida, como por exemplo, aquele famoso momento que o amor bate à sua porta, pode ser o motivo de muita gente se desligar de tudo e viver uma vida vazia. Será que essas pessoas chegam à velhice felizes? Qual o potencial de cada uma dessas pessoas, de conseguir mudar seu comportamento justamente por conseguirem um amor, mesmo tendo passado a vida toda fugindo disso?
Quem souber a resposta, me conta aí embaixo na caixinha de comentários. Particularmente, eu ainda prefiro imaginar que em outros universos paralelos, o nosso destino pode ter sido diferente, com infinitas variações de cada destino possível e inimaginável para cada personagem disso que chamamos de VIDA.