Acabo de assistir Castelo de Vidro (The Glass Castle, 2017) com a incrível Briel Larson. Uma história baseada em fatos reais sobre a vida da escritora Jeannette Walls, que viveu desde que nasceu com pais irresponsáveis e cheios de falhas.
Numa das cenas mais marcantes do filme, Jeannette, ainda criança, sofre queimaduras sérias porque foi fazer comida para si mesma, já que sua mãe se recusou a parar de pintar para alimentar a filha. Jeannette carrega até hoje as marcas das queimaduras. Seu pai era alcoólatra e vivia envergonhando a filha.
Em seu leito de morte, ele recebe a visita de Jeannette, perdoando-o por todos os erros cometidos em vida. O que foi impossível para mim, evitar comparações com a minha própria história. Eu não perdoei meu pai por todas as falhas de caráter dele. Eu não perdoei porque até hoje, mesmo depois de 1 ano e meio da morte dele, eu ainda tenho raiva dele por tudo que ele me fez e fez a minha mãe. Nada disso contudo, evitou que eu cuidasse dele até o último momento.
O ponto negativo do filme foi 'mostrar o lado bom' de um cara que foi egoísta, péssimo pai, irresponsável, preguiçoso. Uma tentativa de humanizar demais um cara que foi um ser humano deplorável. Cada um tem um tipo de visão de mundo. A minha consiste em saber que vivemos muito pouco para perder tempo com clichês do tipo 'ah, mas ele é seu pai e você deve perdoá-lo'. Aprendi - e hoje tenho mais certeza ainda disso - que temos a obrigação moral para conosco, de nos preservarmos de gente ruim por perto, de querer somente quem realmente venha a somar. Não interessa se há grau de parentesco ou não. Sangue é algo que de nada vale quando seu caráter já se contaminou.
Fliis - Boa musica continua - Repostando
Há 10 anos
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