25 de dezembro de 2010

Especiais de fim de ano

Sempre isso. Roberto Carlos ali, Xuxa acolá. Algumas emissoras de TV tentam variar colocando um artista internacional já manjado. Imagino as caras das pessoas vendo o Fiuk e o Fabio Junior em 'Tal Pai, Tal Filho' contracenando. Tem opção? Quem não tem dinheiro para pagar uma TV por assinatura, tem que se dar por satisfeito.

Já o bairro geriátrico de Copacabana receberá o blue ray Roberto Carlos, para ajudar a congestionar (mais ainda) o trânsito do bairro. Os velhinhos, coitados, nem ligam, já que não dirigem há muito tempo e fazem tudo pelo bairro a pé. Os poucos incomodados, tem sua voz de protesto abafada pelo público sexagenário (pra cima) fã de carteirinha do paranóico Roberto. Até porque, quem já tá cagado com o inferno do reveillon em Copa, não liga para o little peido que é 1 milhão de pessoas no seu bairro 7 dias antes.

E você, ô da poltrona, terá também que aturar (se ligar a TV esses dias), o especial de 50 anos de carreira de Renato Aragão. Alguém ainda tem saco para Didi ou Dedé? Os Trapalhões, de verdade, os únicos engraçados: Mussum e Zacarias, já se foram há muitos anos. Pergunte a um moleque de 15 anos sobre eles e o máximo que ele saberá, é baseado num velho VHS do primo mais velho dele que ele pegou emprestado. Interessa, a essa altura, saber que o Didi ainda faz alguma tentativa de programa pastelão?!

Boa mesmo é a idéia da RedeTV! que fará um especial musical com o ridículo e patético Fred Mercury Prateado, do Programa Pânico apresentando artistas como Wanderley Cardoso, Agnaldo Rayol, CPM 22, Sorriso Maroto e KLB, o que certamente irá proporcionar boas risadas. Já que os artistas que a nossa mídia expõe são gente desse naipe, pelo menos que o faça com humor. Ponto para a Redetv! em comparação ao resto.

24 de dezembro de 2010

Apenas uma tradição

Há anos já se diz que 'o Natal perdeu o sentido, tornou-se data comercial'. Eu, como ateu, hoje em dia só consigo ver dessa forma. Me assusto com a idiotice do meu passado distante, onde minha não muito extensa família se juntava para trocar presentes de Natal, esperava-se até meia-noite para devorarmos a ceia e havia aquele tradicionalismo religioso todo imposto pela minha avó materna. Era triste, não era nada com muita pompa, muita fanfarronice. Era o tipo de festa mais triste possível. O pensamento que dominava todos era: ''hoje não pode fazer isso, é Natal'', ''hoje não pode fazer aquilo, é feio''. Sinceramente, se daqui 2 mil anos comemorassem a data do meu nascimento, de forma tão triste, eu ia ficar muito puto.

Natal só existe nas famílias com os seguintes pré-requisitos:
1 - serem famílias de pelo menos 4 ou 5 pessoas, ou mais e serem unidos: sem brigas familiares - não estou falando de divórcio - onde há uma harmonia, haverá um propósito para se reunirem que não seja apenas a data natalina.
2 - dinheiro no bolso: presentes e ceia custam (muito) dinheiro.
3 - alguém na família, geralmente a pessoa anfitriã, que acredite e siga as tradições cristãs de que 'o natal é onde se comemora a vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo', ainda que isso não seja lembrado durante nem sequer 5% do evento todo.

Passados mais de 20 anos, hoje o Natal para mim se resume a mensagens no orkut e facebook, sms, emails e muita, muita, muita propaganda nas ruas. O setor de publicidade deve ficar entediado nessa época. É só você jogar um Papai Noel na propaganda e anúncio de qualquer produto e não precisa de mais nada. É a época das propagandas menos criativas. O que é uma pena, pois apelar pra Papai Noel me deixa entediado. Ele sempre me pareceu um velho pedófilo. Bota criancinhas no colo pra tirar foto e dá aquela risadinha marota 'ho ho ho'. A noite ainda vai na casa de cada uma, com todo mundo dormindo, já sabendo que a criança não conseguirá dormir esperando por ele. Coisas do tradicionalismo me causam muita estranheza. Ainda querem reclamar de padres pedófilos?

Porém, tudo tem seu lado bom. Natal é uma época que as pessoas querem se isentar de agressividade, de pensamentos negativistas. É justamente quando ocorre a união de algumas pessoas que esquecem das outras no resto do ano. É quando acontecem coisas, que do ponto de vista cristão, é o 'milagre de Natal', ao juntar tanta gente em tanto sentimento de 'paz e harmonia'.

Aliás, esse papo de desejar para todos 'paz, harmonia e prosperidade', só ocorre em aniversários, Natal e Ano Novo. É um clichê do qual não escapamos. Mas seria muito mais legal se as pessoas levassem isso pro resto dos dias do ano, talvez os mais importantes. Afinal, o Natal e o Ano Novo são tradições que duram 7 dias, mas que não trazem frutos para os outros 358 do ano. Dizem que o que engorda não é o que comemos entre o Natal e o Ano Novo, e sim o que comemos entre o Ano Novo e o Natal, mas as pessoas se esquecem que durante esses 358 dias restantes, acontecem muitas coisas a mais do que apenas 'engordar'. Nós nos estressamos, ficamos cansados de trabalho, das pessoas. Nos saturamos do convívio de pessoas próximas a nós. Aí chega Natal e está tudo bem agora?  Me tirem dessa utopia, façam-me o favor. Somente aproveito a época para demonstrar, pura e simplesmente, o que sinto e desejo para as pessoas que gosto. Não acredito em 'correntes' ou 'vibrações' de positividade, mas como 95% das pessoas acreditam, é interessante que eu demonstre algum carinho e afeto pelas pessoas queridas nessa época, senão se sentirão esquecidas. Definitivamente, o mundo seria mais fácil de se viver se não fossem as tradições.

28 de novembro de 2010

Caveira!! ''Larga o aço neles.''

A visão mais egoísta e babaca dessa Guerra no Rio é a minha: não teve nenhum carro queimado perto da minha casa, nem tiroteio, nada disso. Há apenas uma esperança, assistindo de longe, que tudo melhore, que dias melhores virão para a cidade inteira, inclusive para o meu bairro. Todo tipo de 'grades do condomínio' que trazem proteção, fazem a maioria ficar alienada. Eu não, mas também não me assusto nem me preocupo com o que está acontecendo. Seria hipocrisia dizer o contrário, tendo em vista que a mim nada foi afetado, nem perto da minha casa. Sensação não tem nada a ver com alienação, ainda que eu não me refira à sensação de segurança, até porque, quem vive no Rio e não é senil, não tem sensação de segurança em lugar nenhum, a não ser quando está sentado na privada cagando.

Até agora pelo menos, estou feliz de ver que ninguém de Direitos Humanos deu as caras. Se bem que a 'matança' não começou. Só espero que lembrem que guerra não tem direitos humanos. Crime de guerra tem envolvimento com tortura, genocídio, etc. Não tem que acontecer nada disso no Rio. Não se usarem de inteligência e poder de contingente: Polícias Militar, Civil e Federal, Exército, Marinha e Aeronáutica. Milhares de homens para algumas centenas é covardia em qualquer história de guerra, menos para a já marrenta força do tráfico carioca. Dizem que 'não ocorrerá banho de sangue'. Alguém não quer isso? Infelizmente inocentes morrerão, mas antes eles do que eu. Por mais cruel que isso soe e por mais inviável de que alguém diga isso em rede nacional. O discurso politicamente correto nessas horas é usado com muita cautela, ninguém quer ser execrado da mídia num momento tão importante. Mas dizer o que pensa, são poucos ou quase nenhum.

Me faltam habilidades para falar de problemas sociais de maneira mais amigável. Concordo justamente com todos aqueles que são mais criticados por suas declarações no que diz respeito ao povo brasileiro. Mas isso é assunto para um próximo post, se eu ainda aqui estiver para comentar os acontecimentos futuros. Assim espero. E espero que o menor número possível de inocentes seja vitimado em prol de uma guerra, que nem eu, nem qualquer pessoa de bem, trabalhadora, que paga seus impostos, fez por onde ela existir. Por mais clichê que seja dizer que os imundos viciados em drogas financiam essa bagunça toda, o que importa mesmo é ter certeza que o fim da bagunça precisa chegar o quanto antes. Ainda que seja uma torcida mais difícil do que Copa do Mundo, devemos nos trancafiar em nossos apertamentos e esperar a bonança. Boa sorte a nós.

22 de outubro de 2010

Ficção onde?

Há duas semanas estreiou o filme Tropa de Elite 2 e semana passada foi ao ar nos EUA o episódio nº 200 da série Smallville. Duas obras totalmente distintas. Smallville e Tropa de Elite. Clark Kent e Capitão Nascimento. Liga da Justiça e Bope. Inúmeras diferenças, realidades distintas e muito motivo para comparar as duas produções.

A começar por seus seus cenários, a tranquila cidade de Smallville sempre precisou de vilões com poderes sobrenaturais para justificar a ação de Clark Kent, o Superboy com super-força, super-velocidade, invulnerabilidade, etc. Senão, a polícia americana - sempre muito competente quando retratada em produções da terra do Tio Sam - daria conta do recado. Já o bairro carioca de Rio das Rochas, mostrado na produção brasileira, tem um problema muito mais complicado do que apenas um Superboy resolveria. Precisaram de um apolítico Capitão (Tenente Coronel nesse filme) Nascimento para encontrar uma solução ao problema social ali vivido. Assim como em Smallville, a solução é somente fictícia. No filme, Nascimento escapa de uma tentativa de assassinato. Na vida real, provavelmente não conseguiria escapar, pois até mesmo para um filme de ação, a maneira que ele usou para escapar foi muitíssimo inteligente. Se tivéssemos alguém inteligente assim na nossa pseudo-política de segurança pública, provavelmente nossos problemas seriam bem menores.

Os protagonistas das histórias diferem muito, mas me fizeram pensar em algo que já ouvi várias vezes da boca de várias pessoas diferentes na minha vida: só o Superman daria jeito na violência do Rio. Mas logo depois de vermos o Capitão Nascimento em ação, nós passamos a ficar até mesmo com um pouco de vergonha de refazer essa pergunta. Notamos, como se alienadamente já não soubéssemos disso, que o problema da violência no Rio é 100% político e não apenas um probleminha social simples a ser curado a longo prazo. É fácil você dizer em entrevistas a jornais, que trabalhos sociais nas comunidades resolveriam boa parte das mazelas das mesmas.

Essa ingenuidade dos ditos sociólogos e antropólogos de plantão, que só aparecem nessas horas, me dá tanto nojo quanto a ação oportuna de ativistas de direitos humanos. Tornou-se tão clichê dizer que direitos humanos são para bandidos, que passamos a vulgarizar Direitos Humanos (com iniciais maiúsculas SIM) como algo imbecil. Apenas não nos damos o trabalho de lembrar a aplicação desses termos. Como vamos respeitar a vida se não respeitamos os DIREITOS dela. Alguém ainda espera que Superman, Superboy ou Batman resolva isso? Mesmo que existissem, eles seriam úteis de outras maneiras, não para resolver o problema da política de segurança das grandes metrópoles. Eu próprio passei a acreditar que bandido bom é bandido morto. Ainda acredito. Mas levantar a bandeira desse pensamento, infelizmente não é solução para nada. A podridão política é tão absurda, que precisaríamos de umas 17 chacinas tipo Carandiru não apenas em Bangu 1, mas no Congresso, na Câmara dos vereadores do Rio, no Planalto... Dentro desse cenário você entende porque era fácil que o caráter do Clark Kent é inabalável. Normal para um sujeito com poderes como os dele. Recebeu uma criação tradicional dos pais adotivos fazendeiros. É óbvio que ele ia sempre acreditar na criação que recebeu, afinal, ele sempre destoava dos demais colegas no colégio. Não que Nascimento, não tenha caráter. Pelo contrário. Ele teve que passar por uma formação policial e conviver com colegas corruptos de profissão cujas atitudes batiam de frente com tudo aquilo que ele acreditava. Sua integridade moral precisou ser muito mais inabalável do que a de Clark Kent. Os choques e dilemas morais durante a carreira de Nascimento fizeram ele ser o personagem que ele foi nos dois filmes.

Por trás dessa gente sempre vimos bandidos mascarados. Os verdadeiros bandidos estão ali, na tv, dando entrevistas, na nossa lata. Vi gente dizendo que se Tropa de Elite 2 estreiasse antes das eleições, teria provocado um efeito político muito grande na mente das pessoas, talvez mudando o resultado das eleições. Realmente ainda acho que boa parte dessas pessoas que pensam isso, ou falaram sem pensar, ou não conhecem o nosso povo. Nosso povo não tem a capacidade de entender nada que dê um pouquinho de trabalho para entender, que precise de uma postura mais racional. Pura preguiça. O mais engraçado é que em Tropa de Elite 2, há uma alusão a um grupo miliciano da Zona Oeste do Rio: a Liga da Justiça. Um grupo político-policial que posa de heróis, de salvadores de comunidades. São bandidos ou políticos? Qual o critério usado no nosso país para diferir o político do bandido se caminham tão próximos os conceitos? Apenas a eleição difere. Talvez o último resquício de democracia que ainda nos reste. Nosso presidente enaltece a tal 'inteligência do povo'. Ele diz que 'devemos ter cuidado para não subestimar a inteligência do povo'. É claro que é cômodo para ele (e muitos outros políticos) que o nosso povo continue aculturado para ter a simples capacidade de entender um filme. Um verdadeiro tapa na cara dele e de outros, que viram o filme rindo, sabendo que a história deles nunca terá fim. Brasileiro é um povo sem vergonha na cara, sofre porque gosta, masoquista 'pela sua própria natureza'. Tropa de Elite 2 deveria se chamar Tapa na Elite. É um tapa na cara de nós todos. Minha, sua e de cada um da classe média brasileira que não teve capacidade e competência de mudar isso antes.

2 de outubro de 2010

Egoísmo Próximo do Fim?

Desde que a astronomia dava seus primeiros passos, uma das maiores perguntas da humanidade persiste em continuar sem resposta: estamos sozinhos no universo? A cada nova descoberta, evidência, pesquisa e indício que vai surgindo, principalmente nos últimos anos, passamos a considerar que a resposta ''SIM'' está cada vez mais distante, enquanto que a resposta contrária se aproxima com uma velocidade bem maior cada vez mais. Digo isso porque estamos vivendo tempos atípicos em relação a todo o resto da nossa história passada recente. Hoje toda informação é praticamente globalizada instantaneamente graças a internet. Além dos mitos de fim do mundo, 2012, Era de Aquário, embates religosos (mais do que nunca), cientologia, ameaças nucleares, aquecimento global e o cacete a quatro.

Para terminar de embolar a cabeça de gente que se importa com a questão de vida fora da Terra, essa semana surgiu o anúncio de um novo planeta, o Gliese 581c, num sistema solar da constelação de Libra, que pode ser o primeiro planeta com reais possibilidades de abrigar vida. Ele não está nem longe demais e nem perto demais de sua estrela, o que deixa sua temperatura apta a ter água em estado líquido, logo, provável desenvolvimento de vida. Se é vida inteligente ou não, estamos bem longe de descobrir. A começar pela distância do planeta - demoraríamos 20 anos viajando em velocidade da luz para chegar lá - pois nossas naves atualmente só chegariam lá em alguns milhares de anos de viagem.

Isso tudo fere o antigo egoísmo histórico (e muitas vezes religioso) de tomarmos para nós mesmos a condição de sermos a única forma de vida inteligente existente, ou ''a única criação de Deus''. Egoísmo é o de menos, pios é o motivo do mesmo: orgulho aliado a vaidade humana. E o ser humano sempre se achou o rei da cocada preta nesse planeta, achando-se no direito de fazer o que quiser com fauna e flora, exaurindo os recursos naturais e mesmo assim se dizer inteligente depois de tudo. Imaginemos então se surgir uma civilização com capacidade tecnológica (logo, mais avançados que nós, bem mais) de vir até aqui e acabar com essa maldita soberba que não traz nada de bom.

Minhas expectativas esperançosas e positivistas são mais fortes do que acreditar que tais seres serão tão imbecis quanto os europeus foram ao colonizar as Américas. Me recuso a acreditar que alguém com tal avanço não tenha evoluído filosoficamente e culturalmente também. Afinal, construir veículos com capacidade de viagens interplanetárias na velocidade da luz, é algo que alguns dos nossos cientistas já até cogitam não ser impossível, tenho plena certeza que chegaremos lá, ainda que demoremos (muitos) séculos para chegarmos a ponto. Conversando com um amigo que é físico e astronomo, concluí que estamos menos distantes de tais concretizações do que possamos imaginar. Difícil mesmo é o avanço cultural, de se desenvolver em plenitude como ser inteligente, não conquistar os seres mais fracos e sim fazer algo por eles. Isso não é apenas nobreza, é coerência filosófica. Chegaremos lá.

1 de outubro de 2010

Carta ao 'Cara'

Sr. Presidente, por favor, me ajude a não ficar desesperado. Me ajude principalmente a não ficar desanimado com esse país todo.
Me ajude a acreditar que seu governo é a melhor forma de continuarmos, como diz o senhor, a crescer. Me ajude a me conformar, por saber que sua candidata irá vencer de qualquer forma mesmo, com ou sem 2º turno. Me ajude a crer que a tal classe trabalhadora - a sua dita classe xodó e protegidinha do papai por tantos anos de discurso - terá uma vida melhor.

Ninguém melhor que o senhor para me responder se teremos alguma luz no fim do túnel para as seguintes questões da classe trabalhadora:
1- o sujeito continurará perdendo 1 hora e meia do seu dia para ir ao trabalho e mais 1 hora e meia para voltar?
2- que tipo de hospitais o sujeito terá para ir quando ele ou seu filho estiver numa situação de emergência médica?
3- qual a qualidade do ensino da escola pública que o filho dele irá estudar?
a) qual será a qualidade dos professores formados e futuros 'mestres' das nossas gerações? eles poderão ser dignos de serem chamados de mestres como antigamente eram?
b) o filho do trabalhador continuará sem condições de disputar o vestibular com alunos de colégios/cursos particulares?
c) qual a frequência de aulas (quando hão) e a estrutura oferecida nos colégios públicos?
4-o sujeito continuará tendo (quando há) o carrinho suado dele, usando gasolina adulterada, dirigindo em ruas esburacadas com péssima qualidade de asfalto e pagando fortunas de multas, IPVA e taxas do DETRAN ?

Me ajude, Sr. Presidente, a não duvidar de melhorias, me ajude a enxergar que a sua política é feita REALMENTE para o povo que trabalha, não para vagabundos que sobrevivem com Bolsa Etc. Me ajude, Sr. Presidente, a ver que não há, em seu governo, uma política feita apenas para inglês (americano, iraniano, venezuelano) ver.
Sei que nos próximos 4 anos o senhor provavelmente não terá tempo de responder essa minha carta, pois estará muito ocupado orientando sua sucessora, mas não esqueça de me responder um dia, pois essa minha curiosidade é maior do que a vontade que tenho de me esforçar para acreditar que algo melhorará.

18 de setembro de 2010

Mulheres Complexas

-Ah querido, eu sei que eu não sou grande coisa.
-Querida, você é uma coisa enorme pra mim.
-Enorme? Nãããoooo... [chorando]. Eu sou enorme.

9 de setembro de 2010

O Êxodo de Dilma

Diz-se que em meio a uma época de ditadura, os opositores ao regime militar se multiplicavam, contam alguns poucos remanescentes daqueles tempos. É mais ou menos nessa época que começa a história que vou contar.
Houve uma criança jogada no rio que encontraram e chamaram de Dilma. Essa criança foi adotada pelo presidente da república como a herdeira do trono. Mas ninguém nunca havia ouvido falar dela antes dela atingir a maioridade e poder assumir o poder.
Quando chegou a hora, ela conduziu o povo sofrido para a chamada Bolsa Prometida, mas o caminho era improvável. Alguns se impressionaram com os feitos de Dilma no caminho. Dizem que ela abriu o Mar Vermelho, mas nunca tivemos provas disso. Há sim um lugar no Mar Vermelho onde você pode passar em períodos de maré baixa, sem necessidade de embarcações. Pode-se ir a pé até a outra margem. Alguns preferem acreditar que Dilma abriu esse imenso oceano para conduzir seu sofrido povo até lá. Um sujeito lá no fim da fila indiana, que mal enxergava o mar, disse para os demais ''Ela levantou o cajado e abriu o mar, é o poder de Deus''. E outros que estavam mais atrás dele repetiram a façanha de Dilma como um fato.
Ao chegarem no Monte Sinai o povo transformou tudo aquilo numa festa. Tinham a liberdade. Carnaval. Mulatas. Caipirinha em demasia. Logo se alcoolizaram, mas Dilma estava ausente, ela pegou um vôo para o topo do monte no aerolula, um veículo muito útil para quem queria ligar o foda-se. Ao retornar, viu aquela esbórnia instalada aos pés do Monte Sinai. Então se vira ao povo e diz ''Deus me avisou que vocês se voltariam contra Ele e contra mim mesma, mas eu não abandonarei vocês''. Eis que o povo acha um tremendo de um caô e quase parte para cima de Dilma, pois eles precisavam de algo, não apenas de palavras. Então uma voz no meio do povo grita ''Oh Dilma, não temos o Bolsa Maná há meses, o que faremos?''. Então Dilma inaugura as duas placas com os programas do governo: PAC, Bolsa Maná, Bolsa Sacerdote, Aumento do PIB, FUNDEP, e outras siglas que o povo nem sabia do que se tratava.
O povo ainda não se deu por satisfeito.
"Queremos mais maná". Dilma aumentou o Bolsa Maná e ofecereu-o para mais famílias.
"Queremos descanso mais vezes". Então Dilma pensou em criar o Sábado. Não foi o suficiente. Criou o Domingo. O povo achou pouco. Aí criou-se uma lista quase infindável de dias chamados de feriados. O povo adorou. Passou até a esquecer do maná e só queriam mais caipirinha e carnaval. Mulatas celebravam a vitória do povo como nunca antes na história desse país foi comemorado.
Durante os 4 anos seguintes, Dilma passou a receber conselhos sábios do antigo presidente e assim a história se manteve intacta como uma das lorotas mais bem contadas de todos os tempos.

27 de agosto de 2010

Eloquência Ateísta

Chega a ser um disparate intelectual colocar um ateu e um religioso para discutir. Ainda bem que tenho um blog. Logo, um monólogo. Um lugar onde não cometo a gafe e a tolice de buscar uma discussão teológica, ou não-teológica, vide que teologia nada mais é do que o estudo sobre a crença em algo que não se vê. Ainda há os religiosos que usam argumentos vazios do tipo "ah, mas o ar você não vê também e sabe que ele existe". Isso é justamente o tipo de discussão imbecil que eu dispenso. Eu mereço dar a mim mesmo, tendo em vista minhas convicções, uma discussão mais inteligente.
Talvez eu só teria essa tal discussão inteligente com outro ateu, o que para mim não faria nenhum sentido, até porque, assim eu não estaria fazendo o bem a outras pessoas. O ateu já é ateu, esse já está salvo de tal alienação... opa, espera um pouco, eu disse ''o bem''?  Interessante isso. A gente costuma dizer 'o bem' para várias coisas na vida, para distinguir o bem e o mal. Sem estarmos nos referindo a nenhum tipo de divindade e sim, única e exclusivamente, apenas, às ações de cada um. Uma má ação. Uma boa ação. Isso é a prova que o ser humano tem a capacidade de discernir o que é correto e errado, independente de dogmas religiosos ou crenças. São ações, humanas. Mais humanas do que qualquer religião jamais foi.
Vi outro dia uma lista de ateus famosos, tanto brasileiros como estrangeiros. A lista passava por atores, pintores, filósofos, poetas, escritores, cientistas, professores, chefes de estado e empresários, mas nenhum deles me chamou mais atenção do que a presença de Bill Gates na lista (provavelmente o ateu mais rico em toda a lista de ateus). É o que me deixa convicto do que o ser humano é. E quando digo 'o ser humano é', me refiro a algo bem menos pior do que aquilo que normalmente eu me pego pensando em momentos de desânimo e desencanto com a raça humana.
Vejo que independente de qualquer tipo de intuito de crença, você pode ser um sujeito fantástico, criar um império comercial, fazer praticamente todas as pessoas de classe média no mundo terem seu produto em casa e ainda assim, você sendo bilionário, ser o maior doador de dinheiro do mundo, apenas 23 bilhões de dólares. O engraçado dessa história é que os 23 bilhões correspondem a metade do que ele tem.

Como gosto de terminar meus posts com perguntas, gostaria de fazer meus pouquíssimos leitores (ainda que comentem aqui ou não, mas desde que leiam, já está de ótimo tamanho), mais uma vez, pensarem sobre uma  questão:
Quem falou em dízimo (10%) mesmo?

24 de agosto de 2010

O Caetano mudou?

Alguém me explica isso direito por favor. O Caetano não era um sujeito que defendia o PT com unhas e dentes? Fazia discursos fervorosos a favor do Lula? Tomei um susto quando o vi na campanha da Marina.

Sei que alguns vão dizer que preciso me atualizar. Mas com política? Não, obrigado, estou bem assim. Eu só queria que alguém que gostasse dessa maldita política brasileira me explicasse isso. Definitivamente, to convencido de que intelectual que posa como um é babaca. Caetano provou ser retrato de um povo que não tem motivos pra confiar em mais ninguém. E posso até dizer que 100% errado ele NÃO está.

27 de julho de 2010

Orgulho Não Sei De Que

Há muito venho dizendo que não tenho orgulho de ser brasileiro e que esse papo de quem diz o contrário é para inglês ouvir, literalmente. Ainda que muitos vejam coisas boas no nosso país - sim, há algumas pouquíssimas pessoas que ainda se safam de críticas minhas por aqui, gente séria, trabalhadora, que busca evoluir como cidadão e como ser humano - residimos num local onde a impunidade impera.
Conversando com profissionais da área juridica, vejo que praticamente todos eles defendem que no Brasil há sim leis boas, que apenas não são aplicadas como deveriam. Discordo integralmente de tal argumento, tendo em vista que qualquer assassino réu-confesso fica livre com 10 anos (até menos, muito menos) por ter cumprido um terço da absurda pena máxima de 30 anos.
Além da falta de educação de um povo porco que suja as ruas, que prostitui seu voto sem ao menos lembrar disso meses depois, que dirá anos, aí torna-se a votar no mesmo comprador de voto da eleição anterior. temos a falta de motivos para defendermos o nosso país. Um país onde mais de 90% da população não sabe o que significa a letra do Hino Nacional. Isso quando sabem a letra. O próprio termo ''orgulho de ser brasileiro'', me faz pensar em quais motivos temos para tê-lo. Não consigo me lembrar de algum (me ajudem nos comentários caso lembrem de algo).
Ah, mas no nosso país não há furacões, terremotos e etc.
E precisamos? Mal sabemos lidar com uma chuva e morrem mais de 200 em apenas um morro, imagina com furacões, terremotos e tsunamis. Tornados no sul do país tem se tornado mais frequentes. Ainda que tudo por aqui seja de forma mais branda, não devemos nos orgulhar disso. Isso é obra da Mamãe-Natureza, não de você, Cara-Pálida. Acorda!
Arnaldo Jabor tem muito mais habilidade para criticar o comportamento do zé povinho, afinal, ele faz isso há anos. Há não muito tempo atrás Arnaldo lembrou num texto seu do quanto foi fácil para Collor (sim, o tal presidente do Impeachment) voltar a ter uma inacreditável vida política apesar de tudo.
Ah, só no Brasil mesmo!
Quem diz isso está corretíssimo, mas está tão clichê dizer isso que nem notamos, nos acostumamos a tal estado de putrefação social. É ridículo.
Eleições chegando. Qual estímulo que temos em nos preocupar com isso? Alguém com o mínimo de inteligência consegue achar que o voto do brasileiro fará a diferença?  Candidato tem vários, mas ninguém, por melhor sujeito ou bem intencionado que seja, tem poder para mudanças que um país desse requer. Inocência pura meu caro. Liguem o foda-se e vivam a vidinha de cidadãos medíocres que todos somos.
Ah, não sou medíocre, fale por você, eu me preocupo muito com a situação do meu país.
O que você fez pelo seu país nas últimas 24 horas? No último mês?  Você lembra?! Seu imbecil orgulhoso. Orgulhoso de um país de grandes comediantes, por ele próprio ser a melhor piada.
Somos todos péssimos cidadãos que não temos competência como Estado, como uma nação. Talvez separados, um ou outro entre nós seja um exemplo, mas individual. Jamais coletivamente, aceitem hipócritas malditos. A coisa é mais simples do que parece, simplesmente, o nosso orgulho não é de sermos brasileiros, é orgulho próprio de jamais dizer em voz alta: não temos um grande povo. A mudança virá quando alguém disser isso ao vivo na tv. Talvez encorage outros. Mexa com o ego de alguém. Assim você talvez consiga milagres com essa pessoa.
Feliz foi o comentário do vendedor ambulante passando em frente ao consulado americano no Rio de Janeiro esses dias, ao lado da enorme fila de pessoa para tirar visto, ele gritou: ''Congratulations! Vocês é quem são felizes de deixar essa porcaria.'' O desabafo dele foi aplaudido. Foi aplaudido por uma minoria que tem consciência de onde vivemos. Não aquele pobretão tipo eu ou você que se endivida até o pescoço para parcelar em miúdas prestações uma viagem para Disney e ser maltratado por vir de uma terra de macacos e jibóias onde todas as mulheres são putas. Se você acha isso um absurdo, talvez você nunca pensou na causa desse preconceito. Seu país ajuda para que as coisas não sejam assim?

21 de julho de 2010

Comfortably Numb

Nunca antes na história desse país, quer dizer, desse blog, eu fiz um post sobre uma única música. Estou falando de uma obra-prima que merece todas as atenções dos amantes da música. Foi gravada pelo Pink Floyd em 1979 para o álbum The Wall (o mesmo álbum clássico onde está a música mais famosa do Pink Floyd em toda a carreira, Another Brick In The Wall), foi composta por David Gilmour e Roger Waters e ambos dividem os vocais principais na versão original.
Mas a versão que é um tapa na orelha é a do álbum ao vivo Pulse, de 1994. Com mais de 9 minutos de duração, sendo metade apenas de solo de guitarra, percebe-se uma banda suando e se matando em prol de uma coisa: feeling musical. Só mesmo ouvindo cada nota da guitarra de Gilmour nessa música é que alguém consegue entender o que é feeling. É 100% recomendada a qualquer guitarrista, iniciante ou não. Ou a qualquer ouvinte com curiosidade de saber os extremos do sentimento na música e virtuosismo podem chegar.
Abaixo, a obra prima:

17 de julho de 2010

Que Sacolas Hein!!

Uma coisa que nunca entendi direito é o por quê dos supermercados disponibilizarem sacolas plásticas de baixíssima qualidade, sendo que, para 80% dos produtos, você precisa usar duas sacolas para reforçar.
Não sei se eu sou inteligente demais ou eles que são burros demais de não produzirem sacolas resistentes o suficiente para quando usávamos as mesmas, fosse necessária apenas uma.
Eu disse ''usávamos'' pois a Prefeitura do Rio inventou uma proibição esquisita de sacolas plásticas em supermercados. Na verdade nada foi proibido. Estão fazendo de tudo para desestimular o cliente a usar sacolas plásticas. Até mesmo um desconto de R$0,03 (UAU) a cada 5 itens comprados caso não se use sacolas plásticas na compra dos mesmo para levá-los para casa.  Alegam benefício ao meio ambiente.
É cada fanfarronice política que eu me sinto muito limitado para entender o que move tais iniciativas. Ok, menos sacolas plásticas produzidas é menos plástico nos nossos rios, lixões, ruas, etc. Esquecem porém da cultura que temos de colocar nosso lixo em sacolas plásticas adquiridas ... onde mesmo?! Ah sim, supermercados. As mesmas que vão praticamente sumir de circulação.
Um povo já porco como o nosso, vai colocar o lixo todo - e bota lixo nisso - que produz onde? Solto nas ruas?
Poucos tem dinheiro para comprar sacos de lixo.
Minha curiosidade está fervilhando para saber como terminará isso, após o resultado óbvio que isso irá gerar.

Triste Dia Mundial do Rock

Deixei passar o Dia Mundial do Rock, mas não apenas porque papei mosca e sim porque depois de pensar muito, não vi grandes motivos de celebração.
Esse ano perdemos Ronnie James Dio (Black Sabbath e Rainbow) e Peter Steele (Type O Negative), dois artistas que sempre admirei desde que me entendo por amante do metal. Sem contar o Pete Quaife do The Kinks, que já estava mais pra lá do que pra cá.
Ano passado tivemos a tristeza de passar o primeiro Dia Mundial do Rock, desde que o mesmo foi criado, sem Richard Wright, eterno tecladista e gênio do Pink Floyd.
E ainda que o apelido de Michael Jackson fosse Rei do Pop, muitos fãs de rock também sentirão saudades dele, por ter deixado boas lembranças e influências roqueiras em seu legado pop-soul.

Por essas e outras, que eu não falei muito a respeito da data comemorativa do dia 13.

13 de julho de 2010

Quero voltar...



Preciso de ajuda para voltar à ilha. Namastê.

Meu Mundo de Avatar

Quando durmo me aparece um mundo novo. Nunca estive lá, a não ser quando durmo. Esse mesmo mundo aparece várias vezes para mim. Um mundo onde temos menos carros, mais gramados, menos barrulho e mais risadas.
No meu mundo dos sonhos, eu durmo e vejo as pessoas com cultura esportiva. Não vivem em torno de apenas futebol. Há quadras de basquete, vôlei, pistas de skate, ciclovias por todos os lugares, praças de lazer mais amplas e verdes, muito menos crianças que vivem a base de videogames.
No meu mundo dos sonhos, eu vejo a música como um lazer, não como um estorvo do dia a dia. Não há lei do silêncio. As pessoas têm consciência que se alguém próximo dormiu, é a hora de acabar o lazer. O respeito vem antes de tudo, inclusive antes do lazer.
No meu mundo dos sonhos, não há impostos. As próprias pessoas cuidam de suas ruas, seus parques, suas calçadas. Não há políticos. Não se gasta R$20 ... 30 ... 40 ... 50 mil com salários de políticos inúteis para gerar leis mais inúteis ainda. As pessoas deixaram de ser monolitos calados para voltarem a ser o que são: homo sapiens, seres pensantes.
No meu mundo dos sonhos, não há rodeios, touradas ou circos. Quando eu durmo, todos lembram que para ser superior, não se deve humilhar. No meu mundo, os animais convivem em harmonia com homo sapiens realmente superiores e não imbecis incapazes de notar o quanto estão errando.
No meu mundo dos sonhos, não há religiões. O homem do mundo dos sonhos não é fraco, nem ingênuo. Eu gosto de dormir e não ter, por algumas horas da minha vida, a lembrança de que (quase) todos precisam de um deus para serem felizes. No mundo dos sonhos, todos sorriem, pois eles próprios fazem - e muito - a diferença.

7 de julho de 2010

Bruno, o ídolo?

Menos original do que dar livro da saga Crepúsculo para uma colega feia no amigo-oculto, é jogador de futebol se envolver com mulheres de índole questionável. Tudo indica que o goleiro do Flamengo, Bruno, realmente está envolvido com a morte de sua ex-amante Eliza, mas até aí morreu neves.
O que mais me chama atenção é a diferença de tratamento pro caso por parte da imprensa e comentaristas. Não vejo revolta, não vejo indignação igual se via no Caso Isabela Nardoni. Isabela era criança. OK. Mas Eliza, que também era um ser humano igual qualquer outro, possuía direitos. Mesmo com toda sua índole questionável e passado não favorável, foi assassinada e há um crime do mesmo naipe que no Caso Isabela.
Observem que a única diferença é o apelo popular de termos, dessa vez, um ídolo do time de maior torcida do país fazendo o papel de réu (ainda não, mas fará, sem dúvidas e será julgado) e uma 'Maria Ninguém' como vítima, ao contrário do caso anterior, cuja vítima era uma criança indefesa.
Eliza, que supostamente foi morta por mais de um homem, estava tão indefesa quanto Isabela. O pai e a madrasta de Isabela eram os anônimos da história. Todos resolveram se solidarizar com a criança já morta. Porém, o apelo popular, dificilmente fará alguém ir pra porta do tribunal gritar ''Bruno assassino". Quem irá se revoltar, afinal, que uma ex-atriz pornõ foi morta por um ídolo de milhões?

É justamente a partir de agora que entra o meu lado mais amplo de pensar. Eu, que sou flamenguista, não me torno parcial (nem um pouco aliás) de comparar um caso de assassinato envolvendo um ídolo, de outro caso que temos uma criança. Provavelmente, muitos irão para a delegacia ou porta do fórum com cartazes de apoio ao Bruno, sem nem ao menos terem a mais vaga idéia do que realmente aconteceu. É uma parcialidade nociva à nossa sociedade já tão envenenada por ignorâncias em massa. É triste ver um povo tão imbecil ao ponto de não ter o mínimo de discernimento - igual uma criança quando já tem idade que possa saber qual botão do elevador apertar - de pensar com calma sobre o que se assiste, ouve e se lê(?) por aí.  O tratamento diferenciado da imprensa também não me passa despercebido. É descarada a cautela que todos os veículos de comunicação tem demonstrado para tratar do assunto. Sabem que estão lidando com um nome famoso, de um sujeito em evidência a qual a própria imprensa sempre dá ouvidos, entrevista no dia-a-dia, publica suas frases polêmicas, etc.

Assim como Isabela, nunca tive o menor afeto por Eliza. São seres humanos. Uma de espécie idêntica à outra. Cidadãs que foram vitimadas friamente por gente de caráter muito mais questionável do que Eliza.
Quando isso tudo acabar, não é o Bruno que vai rir, como ele próprio disse. Eu vou rir muito sim do papel ridículo que essas pessoas se prestam de idolatrar famosos imparcialmente. É pura alienação. Do tipo mais depreciável que há. Mas não devem ser ignorados, pois são pessoas perigosas. Talvez tanto quanto seus ídolos. Pobres imbecis.

24 de junho de 2010

Rei do Pop, título que não se repetirá

Se tem alguém que foi diretamente responsável para me fazer amar a música, esse alguém foi Michael Jackson. Lá no comecinho, bem comecinho, com Jackson 5, eu não era nem nascido. Comecei a ouví-lo em 1992, quando ele lançou o álbum Dangerous, com clipes passando, acreditem, no Fantástico e até mesmo no Jornal Nacional. O lançamento do clipe de Black or White, foi histórico, sem economia de efeitos especiais e com uma divulgação que até hoje não me lembro de ter visto igual. Estranho seria se já não estivéssemos falando do mesmo cara que quase 10 anos antes lançou Thriller, o maior clipe de todos os tempos, com 14 minutos de duração e superprodução pros padrões da época.
Michael Jackson sempre gostou de excentricidades. Foi o primeiro grande cantor negro a abdicar de todas as naturezas de sua cor, não somente esteticamente, mas comportamental. Seu pop funkeado do início de carreira sumiu para dar lugar a canções pop, que praticamente obrigavam a virar hits, hora dançantes, hora românticas. Mais tarde ele começou a se preocupar com a natureza, o mundo e as crianças. Suas músicas falavam de temas mais filosóficos, o que fez ele vender menos discos, mas Michael nem parecia se importar.
Marcou uma turnê de despedida que se chamaria This is It (música que ele gravou muitos anos antes com Paul Anka, autor de My Way, clássico imortalizado nas vozes de Elvis Presley e Frank Sinatra). Meses de ensaio e infelizmente, sua morte veio antes do show se concretizar. A turnê nem estreiou.
Dizem que já faz 1 ano. Nem sei a data da morte dele, nem me dei o trabalho de pesquisar. Isso não é importante agora. Só sinto como se fosse ontem, o choque da morte de um ícone, que tanto foi importante no desenvolvimento do meu gosto musical. O consciente humano não consegue assimilar direito que certos ícones mundiais são mortais como nós. Nos causa estranheza.
Nada disso, no fundo, importa muito, nem mesmo a morte de Michael Jackson. Sua obra está imortalizada, seja nos discos que cada fã comprou, nas mp3 que muitos baixaram (muita gente apenas pra conhecer a obra após a morte dele e saber ''quem é esse cara que falam tanto?'') ou nos eternos videoclipes que produziu.
Polêmicas?! A essa altura do campeonato, lembrar apenas delas, é muita pobreza de espírito.
Para esses pobres de espírito, vai o video abaixo:


22 de junho de 2010

Apenas Transição

O futebol não é mais o mesmo. Não o é há muito tempo, fato.
Calma, não falarei de futebol aqui. Não é minha área de maior conhecimento e está longe de ser. Mas foi o futebol que me fez ver o quanto o mundo está esquisito. Tem criança de 4 anos fumando um maço por dia; temperatura de 10º negativos no estado do Rio; Ozzy Osbourne lançar um bom cd depois de 19 anos; a primeira presidenta do Brasil será uma fantoche de seu antecessor sem nenhuma glória ou merecimento de ocupar o cargo que ocupará; o McDonalds comete a absurda redundância de fazer um sanduíche especial para a Copa do Mundo chamado Mc Estados Unidos(!); e o Brasil, pela primeira vez em sua história, chega a uma Copa como favorito sem contar com nenhum grande craque.
Os maias estavam certos? Há algo de estranho acontecendo às vésperas de 2012. Se os ET's chegarão, se Jesus retornará, ou se apenas um alinhamento planetário ocorrerá, isso tudo eu não faço a menor idéia. Sei apenas que tenho me sentido incomodado de ver tanta coisa esquisita aglomerada, tanta anormalidade em meio a um costume estagnado que havia há até pouco tempo atrás.
Tenho apenas pensado no que posso fazer para exercer meu papel em meio a isso tudo. Trabalhar apenas? Viver rindo (ou chorando, lamentando, etc) do cotidiano fútil que vivemos. Somos todos bossais. Nós pensamos que pensamos, mas somos manipulados por cada peido que alguém possa dar do nosso lado.
Façamos da nossa vida menos pior e com mais sentido. Mas.............. COMO?

7 de junho de 2010

Orkut x Facebook

O mundo deve ser anti-semita. O orkut foi criado por um judeu de mesmo nome, é mais fácil de usar, interface mais amigável e mais simpático. O facebook é mais usado no mundo todo, menos no Brasil, que perde do orkut. O Brasil, como sempre, dando um show de falta de preconceitos. Até porque, não consigo ver outro motivo para o facebook ser mais usado.

4 de junho de 2010

Ser

Quando Shakespeare começou com aquele papo de ''ser ou não ser? eis a questão'' , ele fez meio mundo pensar sobre a pergunta mais básica que já foi feita. Escolhermos entre duas coisas. Duas alternativas e só um resultado.

Chego na despensa e tem dois pacotes de biscoito. Um com recheio de chocolate outro de morango. Soem as trombetas, por favor. Chocolate e morango. Uma escolha. Qual abrir ?
Parece banal. E é. Mas já parou para pensar em quantas vezes nos deparamos com situações como essa? Você tem que fazer uma escolha simples, e por segundos (ou até mesmo uma fração deles) vocês está num impasse, até escolher uma das alternativas e acabar de maneira simples com aquilo.
O que te leva a escolher? Indiferença? Preferência? Pressa? Um lapso de irracionalidade?
Poucas vezes eu me enxerguei como um grandessíssimo idiota, humano, ridículo, limitado, que só usa dez por cento de sua cabeça animal, como eu me enxerguei hoje. Algo tão simples, mas que me fez pensar.
Gosto de morango. Gosto de chocolate. O que escolher?
Muitos responderiam: deveria abrir os dois pacotes e comer um pouco de cada um. Mas uma simples escolha tem que ser tão difícil por que?

Escolhi morango. Amo chocolate. Não usei Uni Duni. Deveria, mas não usei. Apenas peguei um dos dois pacotes depois de olhar por alguns segundos - uns 10 ou 15 para ser mais preciso - e acabar com um impasse que mais me pareceu uma eternidade.

Vou tentar não pensar muito mais sobre a minha escolha, nem pensar se da próxima vez escolherei o chocolate. Até porquê, dessa vez só terá o de chocolate lá me esperando.
Coitada da minha mente na próxima compra de mês.

24 de maio de 2010

LOST: um divisor de águas

Eu não sou fã de me reunir com ninguém nem para ver final de Copa do Mundo. São raras as vezes que estou com humor para ver meu time do coração com muita gente ao meu lado. Gosto do meu sofá, sozinho, vazio. Parece que meus pensamentos cabem melhor na minha sala se eu estiver sozinho. Com muita gente, eles sofrem chiado, interferência, congestionamento de canais...
Lost foi uma série que me fez ter vontade de reunir os amigos e fazer uma agradabilíssima reunião caseira para todos compartilharem desse momento aguardado por 6 anos. Alguns desses meus amigos, estavam ao mesmo tempo que eu assistindo, outro viram tudo em menos tempo para ficarem 'em dia' com a série e deram continuidade. Um amigo inclusive, viu tudo em menos de 2 meses, logo, coisas de episódios longínquos estavam fresquinhas na memória dele. Achávamos que isso seria um fator bastante relevante, não foi. Nem um pouco por sinal.
Veio o final, a frustração somou-se à angústia da espera, não somente para chegar o grande dia (dia 23 de maio de 2010, ontem, data da exibição do final de Lost nos EUA), mas também por esperarmos até 6 horas da manhã (do dia 24, óbvio) pela legenda do episódio. Mas por que frustração? O episódio conclusivo foi um grande lixo? Não acho que foi e nem acho que as próprias pessoas que disseram isso pensam assim. A expectativa gerada foi enorme. Achávamos que produtores e roteiristas da série jamais iriam nos dar algo que fosse menos do que ''fantástico'', ''épico'', ''avassalador'', talvez até palavras inexistentes para idealizar o roteiro perfeito, a conclusão de uma história feita de maneira impecável. Lost nada mais era/foi do que uma história sobre seres humanos, feita por humanos, para humanos. Não seria em momento algum uma história sobre deuses, heróis, mitos ou mistérios relevantes para mudar a vida de alguém. Ursos polares, números enigmáticos, pé de estátua com 4 dedos, imortalidade, eletromagnetismo, etc. E os homens e mulheres (personagens) ali envolvidos? Muitos espectadores (a maioria) acabaram deixando-os de lado, inclusive eu. Logo, o final não agradaria nem gregos nem troianos.
Houve quem tenha dito antes ''no final, todos estavam mortos'' e agora acha que estava ''certo desde o começo''. Longe de ser um limbo, um purgatório, a ilha era palpável, vida real, uma provação REAL que qualquer um de nós pode passar no nosso dia-a-dia, sem nos darmos conta de que algo pós-vida está em jogo. Pensamos durante alguns anos, que tudo seria explicado e concluído, sem vermos por trás o verdadeiro sentido da ligação que todos os personagens exerceram esse tempo todo.
Ok, você está lendo isso pensando que estou satisfeitíssimo com a conclusão da série. Não! Eu estou decepcionado e frustrado como toda a torcida do Flamengo, do Corínthians e do Íbis. Acho que essa filosofia toda foi mostrada de maneira brega, óbviamente piegas ao extremo e não condiz com 10% do que a série foi. Tive que descansar, relaxar e assentar as idéias na mente pra saber o que eu próprio pensei a respeito. Não tinha como digerir rápido.
Uma série merecer um post já é um grande mérito, ainda mais vindo de um cara que não é um entusiasta de televisão e seus canais. Lost teve seus méritos incontestáveis, balançou todos nós, e talvez, para o nosso bem, deu adeus sem nos causar nem um pingo de saudade. Esse foi seu maior derradeiro mérito.
Obrigado Lost.

15 de abril de 2010

Destruidor de Jogadas

Esse blog existe desde 2002 e não me recordo de ter escrito sobre futebol aqui alguma vez. Nem mesmo o meu querido e amado basquete foi tema de algum post. O que me leva a falar desse esporte, é ser um admirador do mesmo, além de torcedor e fiel espectador de futebol praticado no Brasil e na Europa.
Quem é torcedor do Flamengo, há de entender o que digo.
O time foi campeão brasileiro de 2009 e teve um declínio considerável depois disso, no sentido de tomar muitos gols. A única mudança no time, foi praticamente a venda do jogador Aírton, cabeça de área, volante, ou ainda, para alguns comentaristas especializados futebol, um destruídor de jogadas. Tudo isso vem à tona no mesmo momento em que um time de 'garotos' do Santos está goleando todos que aparecem na frente deles (menos o São Paulo, que foi o único time decente que eles enfrentaram nessa temporada).
O Barcelona, na minha opinião, apresenta um futebol mais completo. Além de ter um monstro argentino no ataque, é forte na marcação.
Mas e o Aírton?
O Aírton não é craque, não é habilidoso, não é sequer um jogador agradável de se ver jogar. Mas sua disciplina tática e precisão na defesa, ainda que por muitas vezes exagerada, protegiam o time de um bombardeio do ataque adversário. O Flamengo foi campeão com um jogador assim em campo em quase todas suas partidas. Será que o Santos será pelo menos campeão paulista com esse time que joga bonito, pra frente? É pagar pra ver.

Zico, o messias, disse essa semana em entrevista ao Jô, que se a seleção brasileira de 82 tivesse sido campeão do mundo, teria sido ''um bem ao futebol mundial''. Concordo demais com ele. Porém, não foi o que aconteceu. Um time hoje, numa Copa do Mundo de 7 partidas, não pode pensar em ser bonito de se ver. Ainda assim, todos nós continuamos e continuaremos assistindo futebol por muitos e muitos anos. Por que ? Pois sempre esperamos que determinados jogadores - no caso do Flamengo, Adriano, no caso do Santos, o Neymar,  e no Barcelona, o Messi - tenham lampejos de técnica, habilidade e graça, em meio aos truculentos Aírtons da vida que se tornaram, infelizmente, indispensáveis a qualquer time que queira ser competitivo. O próprio torcedor já se acostumou a isso. Quem quiser discordar disso, deve viver só do passado. Sou de uma geração que viu o Brasil sendo Tetra com 3 (e até 4) cabeças-de-área. Já chegou a hora de alguns ditos entendidos de futebol se atualizarem. Por mais triste que a atualidade seja.

8 de abril de 2010

2012 ou 2010 ?

Caralho!! Uma única avalanche em Niterói matou 200 segundo a Defesa Civil. Fora os 156 já contabilizados até agora.
Grota Funda e Alto da Boa Vista interditados.
Grajaú-Jacarepaguá fechada 1 mês.
Ondas de 5 metros na Baía de Guanabara.
Lama em pleno gramado do estádio do Maracanã.
Que 2012 que nada... a realidade da tragédia apocalíptica urbana no Rio é AGORA.

27 de março de 2010

Replay

Assistir o Caso Nardoni me fez sentir, como se eu estivesse vendo uma reprise no Supercine (definitivamente não é o tipo de filme que passaria na Sessão da Tarde). É impossível eu não ver ali, semelhanças com o Caso Richtofen. Semelhanças no que diz respeito a comoção popular, a bizarrice do caso e principalmente, ao fato que pessoas de classe média, com alguma condição de pagar advogados, sempre tem - mesmo quando condenados como foram - suas penas reduzidas a um sexto da pena. Réu primário, sem antecedentes, bom comportamento, etc... Alguns passam até por uma pseudo-avaliação psicológica para se saber se o condenado está apto a voltar ao convívio social.
Não culpo nem inocento ninguém, ainda mais quando não participei do julgamento. Eu não fui testemunha de nada, muito menos jurado. Evidências fazem o povo se mobilizar. Evidências não culpam ninguém, a menos que o juri queira que assim seja. É um assunto que realmente vejo tanta coisa errada que não dá nem vontade de começar a falar.
Mais uma vez o Brasil mostrou o quanto falta equilíbrio emocional. Em várias situações que dizem respeito a um todo (leia-se o povo) não vemos ninguém tirando a bunda da cadeira pra lutar por seus direitos cíveis. Quando envolve uma quantidade mínima de pessoas (uma, duas ou três no máximo), vemos pessoas soltando fogos sem ter tido total conhecimento de causa.