A cada dia que passa eu me convenço de que esse mundo já não é mais para mim. Quase todas as coisas em que eu via graça na vida estão sumindo do mundo.
O futebol, esporte que eu nunca consegui praticar, mas que sempre apreciei assistir, se tornou um esporte monótono. Perdi o prazer de assistir desde que inventaram que o goleiro pode jogar com os pés mesmo sem ter habilidade para isso, além de todos os jogadores serem nivelados por baixo, por terem um preparo físico altíssimo, mais do que em qualquer outra geração desse esporte. Às vezes passamos 90 minutos de um jogo sem nenhum drible bem sucedido. Os defensores são muito velozes e é muito difícil um atacante conseguir levar vantagem em cima do defensor hoje em dia.
No basquete, meu grande antigo amor, acontece a mesma coisa. Muito atletismo e pouca plasticidade. Não tenho mais prazer em assistir também. Além disso mudaram regras fundamentais - para pior - e simplesmente tudo que eu mais amava nesse esporte se perdeu.
As séries e filmes são todos remakes ou derivados de coisas antigas. Parece que tudo que era para ser criado, já foi criado. Nada de novo irá surgir. É desanimador.
Na música ainda encontro prazer e consigo me deliciar com as obras de vários artistas modernos, ou em novos lançamentos de artistas antigos. Ainda sinto muito prazer em estar num show de um grande artista ou banda. É uma das poucas coisas que salvam nesse mundo hoje em dia para mim.
As mulheres estão deformadas. Preenchem os lábios de forma extremamente artificial e perdem seu charme natural, perdem a expressão mais básica. Parecem todas travestis pobres sem dinheiro para a transição. Parece regra ter silicone no peito e sobrancelhas desenhadas que mais parecem um traço de caneta pilot.
Realmente me sinto num filme distópico de ficção científica onde quase nada ainda é interessante. É difícil encontrar quem goste de ler, conheça de algum assunto que não sejam as modernidades das redes sociais. Talvez essas pessoas sintam o mesmo que eu e não estão saindo de casa.
Talvez esse tenha sido o texto mais melancólico da minha vida, mas também o mais autêntico. Será que foi o último?