2 de outubro de 2010

Egoísmo Próximo do Fim?

Desde que a astronomia dava seus primeiros passos, uma das maiores perguntas da humanidade persiste em continuar sem resposta: estamos sozinhos no universo? A cada nova descoberta, evidência, pesquisa e indício que vai surgindo, principalmente nos últimos anos, passamos a considerar que a resposta ''SIM'' está cada vez mais distante, enquanto que a resposta contrária se aproxima com uma velocidade bem maior cada vez mais. Digo isso porque estamos vivendo tempos atípicos em relação a todo o resto da nossa história passada recente. Hoje toda informação é praticamente globalizada instantaneamente graças a internet. Além dos mitos de fim do mundo, 2012, Era de Aquário, embates religosos (mais do que nunca), cientologia, ameaças nucleares, aquecimento global e o cacete a quatro.

Para terminar de embolar a cabeça de gente que se importa com a questão de vida fora da Terra, essa semana surgiu o anúncio de um novo planeta, o Gliese 581c, num sistema solar da constelação de Libra, que pode ser o primeiro planeta com reais possibilidades de abrigar vida. Ele não está nem longe demais e nem perto demais de sua estrela, o que deixa sua temperatura apta a ter água em estado líquido, logo, provável desenvolvimento de vida. Se é vida inteligente ou não, estamos bem longe de descobrir. A começar pela distância do planeta - demoraríamos 20 anos viajando em velocidade da luz para chegar lá - pois nossas naves atualmente só chegariam lá em alguns milhares de anos de viagem.

Isso tudo fere o antigo egoísmo histórico (e muitas vezes religioso) de tomarmos para nós mesmos a condição de sermos a única forma de vida inteligente existente, ou ''a única criação de Deus''. Egoísmo é o de menos, pios é o motivo do mesmo: orgulho aliado a vaidade humana. E o ser humano sempre se achou o rei da cocada preta nesse planeta, achando-se no direito de fazer o que quiser com fauna e flora, exaurindo os recursos naturais e mesmo assim se dizer inteligente depois de tudo. Imaginemos então se surgir uma civilização com capacidade tecnológica (logo, mais avançados que nós, bem mais) de vir até aqui e acabar com essa maldita soberba que não traz nada de bom.

Minhas expectativas esperançosas e positivistas são mais fortes do que acreditar que tais seres serão tão imbecis quanto os europeus foram ao colonizar as Américas. Me recuso a acreditar que alguém com tal avanço não tenha evoluído filosoficamente e culturalmente também. Afinal, construir veículos com capacidade de viagens interplanetárias na velocidade da luz, é algo que alguns dos nossos cientistas já até cogitam não ser impossível, tenho plena certeza que chegaremos lá, ainda que demoremos (muitos) séculos para chegarmos a ponto. Conversando com um amigo que é físico e astronomo, concluí que estamos menos distantes de tais concretizações do que possamos imaginar. Difícil mesmo é o avanço cultural, de se desenvolver em plenitude como ser inteligente, não conquistar os seres mais fracos e sim fazer algo por eles. Isso não é apenas nobreza, é coerência filosófica. Chegaremos lá.

Fala que eu te escuto

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