27 de julho de 2010

Orgulho Não Sei De Que

Há muito venho dizendo que não tenho orgulho de ser brasileiro e que esse papo de quem diz o contrário é para inglês ouvir, literalmente. Ainda que muitos vejam coisas boas no nosso país - sim, há algumas pouquíssimas pessoas que ainda se safam de críticas minhas por aqui, gente séria, trabalhadora, que busca evoluir como cidadão e como ser humano - residimos num local onde a impunidade impera.
Conversando com profissionais da área juridica, vejo que praticamente todos eles defendem que no Brasil há sim leis boas, que apenas não são aplicadas como deveriam. Discordo integralmente de tal argumento, tendo em vista que qualquer assassino réu-confesso fica livre com 10 anos (até menos, muito menos) por ter cumprido um terço da absurda pena máxima de 30 anos.
Além da falta de educação de um povo porco que suja as ruas, que prostitui seu voto sem ao menos lembrar disso meses depois, que dirá anos, aí torna-se a votar no mesmo comprador de voto da eleição anterior. temos a falta de motivos para defendermos o nosso país. Um país onde mais de 90% da população não sabe o que significa a letra do Hino Nacional. Isso quando sabem a letra. O próprio termo ''orgulho de ser brasileiro'', me faz pensar em quais motivos temos para tê-lo. Não consigo me lembrar de algum (me ajudem nos comentários caso lembrem de algo).
Ah, mas no nosso país não há furacões, terremotos e etc.
E precisamos? Mal sabemos lidar com uma chuva e morrem mais de 200 em apenas um morro, imagina com furacões, terremotos e tsunamis. Tornados no sul do país tem se tornado mais frequentes. Ainda que tudo por aqui seja de forma mais branda, não devemos nos orgulhar disso. Isso é obra da Mamãe-Natureza, não de você, Cara-Pálida. Acorda!
Arnaldo Jabor tem muito mais habilidade para criticar o comportamento do zé povinho, afinal, ele faz isso há anos. Há não muito tempo atrás Arnaldo lembrou num texto seu do quanto foi fácil para Collor (sim, o tal presidente do Impeachment) voltar a ter uma inacreditável vida política apesar de tudo.
Ah, só no Brasil mesmo!
Quem diz isso está corretíssimo, mas está tão clichê dizer isso que nem notamos, nos acostumamos a tal estado de putrefação social. É ridículo.
Eleições chegando. Qual estímulo que temos em nos preocupar com isso? Alguém com o mínimo de inteligência consegue achar que o voto do brasileiro fará a diferença?  Candidato tem vários, mas ninguém, por melhor sujeito ou bem intencionado que seja, tem poder para mudanças que um país desse requer. Inocência pura meu caro. Liguem o foda-se e vivam a vidinha de cidadãos medíocres que todos somos.
Ah, não sou medíocre, fale por você, eu me preocupo muito com a situação do meu país.
O que você fez pelo seu país nas últimas 24 horas? No último mês?  Você lembra?! Seu imbecil orgulhoso. Orgulhoso de um país de grandes comediantes, por ele próprio ser a melhor piada.
Somos todos péssimos cidadãos que não temos competência como Estado, como uma nação. Talvez separados, um ou outro entre nós seja um exemplo, mas individual. Jamais coletivamente, aceitem hipócritas malditos. A coisa é mais simples do que parece, simplesmente, o nosso orgulho não é de sermos brasileiros, é orgulho próprio de jamais dizer em voz alta: não temos um grande povo. A mudança virá quando alguém disser isso ao vivo na tv. Talvez encorage outros. Mexa com o ego de alguém. Assim você talvez consiga milagres com essa pessoa.
Feliz foi o comentário do vendedor ambulante passando em frente ao consulado americano no Rio de Janeiro esses dias, ao lado da enorme fila de pessoa para tirar visto, ele gritou: ''Congratulations! Vocês é quem são felizes de deixar essa porcaria.'' O desabafo dele foi aplaudido. Foi aplaudido por uma minoria que tem consciência de onde vivemos. Não aquele pobretão tipo eu ou você que se endivida até o pescoço para parcelar em miúdas prestações uma viagem para Disney e ser maltratado por vir de uma terra de macacos e jibóias onde todas as mulheres são putas. Se você acha isso um absurdo, talvez você nunca pensou na causa desse preconceito. Seu país ajuda para que as coisas não sejam assim?

21 de julho de 2010

Comfortably Numb

Nunca antes na história desse país, quer dizer, desse blog, eu fiz um post sobre uma única música. Estou falando de uma obra-prima que merece todas as atenções dos amantes da música. Foi gravada pelo Pink Floyd em 1979 para o álbum The Wall (o mesmo álbum clássico onde está a música mais famosa do Pink Floyd em toda a carreira, Another Brick In The Wall), foi composta por David Gilmour e Roger Waters e ambos dividem os vocais principais na versão original.
Mas a versão que é um tapa na orelha é a do álbum ao vivo Pulse, de 1994. Com mais de 9 minutos de duração, sendo metade apenas de solo de guitarra, percebe-se uma banda suando e se matando em prol de uma coisa: feeling musical. Só mesmo ouvindo cada nota da guitarra de Gilmour nessa música é que alguém consegue entender o que é feeling. É 100% recomendada a qualquer guitarrista, iniciante ou não. Ou a qualquer ouvinte com curiosidade de saber os extremos do sentimento na música e virtuosismo podem chegar.
Abaixo, a obra prima:

17 de julho de 2010

Que Sacolas Hein!!

Uma coisa que nunca entendi direito é o por quê dos supermercados disponibilizarem sacolas plásticas de baixíssima qualidade, sendo que, para 80% dos produtos, você precisa usar duas sacolas para reforçar.
Não sei se eu sou inteligente demais ou eles que são burros demais de não produzirem sacolas resistentes o suficiente para quando usávamos as mesmas, fosse necessária apenas uma.
Eu disse ''usávamos'' pois a Prefeitura do Rio inventou uma proibição esquisita de sacolas plásticas em supermercados. Na verdade nada foi proibido. Estão fazendo de tudo para desestimular o cliente a usar sacolas plásticas. Até mesmo um desconto de R$0,03 (UAU) a cada 5 itens comprados caso não se use sacolas plásticas na compra dos mesmo para levá-los para casa.  Alegam benefício ao meio ambiente.
É cada fanfarronice política que eu me sinto muito limitado para entender o que move tais iniciativas. Ok, menos sacolas plásticas produzidas é menos plástico nos nossos rios, lixões, ruas, etc. Esquecem porém da cultura que temos de colocar nosso lixo em sacolas plásticas adquiridas ... onde mesmo?! Ah sim, supermercados. As mesmas que vão praticamente sumir de circulação.
Um povo já porco como o nosso, vai colocar o lixo todo - e bota lixo nisso - que produz onde? Solto nas ruas?
Poucos tem dinheiro para comprar sacos de lixo.
Minha curiosidade está fervilhando para saber como terminará isso, após o resultado óbvio que isso irá gerar.

Triste Dia Mundial do Rock

Deixei passar o Dia Mundial do Rock, mas não apenas porque papei mosca e sim porque depois de pensar muito, não vi grandes motivos de celebração.
Esse ano perdemos Ronnie James Dio (Black Sabbath e Rainbow) e Peter Steele (Type O Negative), dois artistas que sempre admirei desde que me entendo por amante do metal. Sem contar o Pete Quaife do The Kinks, que já estava mais pra lá do que pra cá.
Ano passado tivemos a tristeza de passar o primeiro Dia Mundial do Rock, desde que o mesmo foi criado, sem Richard Wright, eterno tecladista e gênio do Pink Floyd.
E ainda que o apelido de Michael Jackson fosse Rei do Pop, muitos fãs de rock também sentirão saudades dele, por ter deixado boas lembranças e influências roqueiras em seu legado pop-soul.

Por essas e outras, que eu não falei muito a respeito da data comemorativa do dia 13.

13 de julho de 2010

Quero voltar...



Preciso de ajuda para voltar à ilha. Namastê.

Meu Mundo de Avatar

Quando durmo me aparece um mundo novo. Nunca estive lá, a não ser quando durmo. Esse mesmo mundo aparece várias vezes para mim. Um mundo onde temos menos carros, mais gramados, menos barrulho e mais risadas.
No meu mundo dos sonhos, eu durmo e vejo as pessoas com cultura esportiva. Não vivem em torno de apenas futebol. Há quadras de basquete, vôlei, pistas de skate, ciclovias por todos os lugares, praças de lazer mais amplas e verdes, muito menos crianças que vivem a base de videogames.
No meu mundo dos sonhos, eu vejo a música como um lazer, não como um estorvo do dia a dia. Não há lei do silêncio. As pessoas têm consciência que se alguém próximo dormiu, é a hora de acabar o lazer. O respeito vem antes de tudo, inclusive antes do lazer.
No meu mundo dos sonhos, não há impostos. As próprias pessoas cuidam de suas ruas, seus parques, suas calçadas. Não há políticos. Não se gasta R$20 ... 30 ... 40 ... 50 mil com salários de políticos inúteis para gerar leis mais inúteis ainda. As pessoas deixaram de ser monolitos calados para voltarem a ser o que são: homo sapiens, seres pensantes.
No meu mundo dos sonhos, não há rodeios, touradas ou circos. Quando eu durmo, todos lembram que para ser superior, não se deve humilhar. No meu mundo, os animais convivem em harmonia com homo sapiens realmente superiores e não imbecis incapazes de notar o quanto estão errando.
No meu mundo dos sonhos, não há religiões. O homem do mundo dos sonhos não é fraco, nem ingênuo. Eu gosto de dormir e não ter, por algumas horas da minha vida, a lembrança de que (quase) todos precisam de um deus para serem felizes. No mundo dos sonhos, todos sorriem, pois eles próprios fazem - e muito - a diferença.

7 de julho de 2010

Bruno, o ídolo?

Menos original do que dar livro da saga Crepúsculo para uma colega feia no amigo-oculto, é jogador de futebol se envolver com mulheres de índole questionável. Tudo indica que o goleiro do Flamengo, Bruno, realmente está envolvido com a morte de sua ex-amante Eliza, mas até aí morreu neves.
O que mais me chama atenção é a diferença de tratamento pro caso por parte da imprensa e comentaristas. Não vejo revolta, não vejo indignação igual se via no Caso Isabela Nardoni. Isabela era criança. OK. Mas Eliza, que também era um ser humano igual qualquer outro, possuía direitos. Mesmo com toda sua índole questionável e passado não favorável, foi assassinada e há um crime do mesmo naipe que no Caso Isabela.
Observem que a única diferença é o apelo popular de termos, dessa vez, um ídolo do time de maior torcida do país fazendo o papel de réu (ainda não, mas fará, sem dúvidas e será julgado) e uma 'Maria Ninguém' como vítima, ao contrário do caso anterior, cuja vítima era uma criança indefesa.
Eliza, que supostamente foi morta por mais de um homem, estava tão indefesa quanto Isabela. O pai e a madrasta de Isabela eram os anônimos da história. Todos resolveram se solidarizar com a criança já morta. Porém, o apelo popular, dificilmente fará alguém ir pra porta do tribunal gritar ''Bruno assassino". Quem irá se revoltar, afinal, que uma ex-atriz pornõ foi morta por um ídolo de milhões?

É justamente a partir de agora que entra o meu lado mais amplo de pensar. Eu, que sou flamenguista, não me torno parcial (nem um pouco aliás) de comparar um caso de assassinato envolvendo um ídolo, de outro caso que temos uma criança. Provavelmente, muitos irão para a delegacia ou porta do fórum com cartazes de apoio ao Bruno, sem nem ao menos terem a mais vaga idéia do que realmente aconteceu. É uma parcialidade nociva à nossa sociedade já tão envenenada por ignorâncias em massa. É triste ver um povo tão imbecil ao ponto de não ter o mínimo de discernimento - igual uma criança quando já tem idade que possa saber qual botão do elevador apertar - de pensar com calma sobre o que se assiste, ouve e se lê(?) por aí.  O tratamento diferenciado da imprensa também não me passa despercebido. É descarada a cautela que todos os veículos de comunicação tem demonstrado para tratar do assunto. Sabem que estão lidando com um nome famoso, de um sujeito em evidência a qual a própria imprensa sempre dá ouvidos, entrevista no dia-a-dia, publica suas frases polêmicas, etc.

Assim como Isabela, nunca tive o menor afeto por Eliza. São seres humanos. Uma de espécie idêntica à outra. Cidadãs que foram vitimadas friamente por gente de caráter muito mais questionável do que Eliza.
Quando isso tudo acabar, não é o Bruno que vai rir, como ele próprio disse. Eu vou rir muito sim do papel ridículo que essas pessoas se prestam de idolatrar famosos imparcialmente. É pura alienação. Do tipo mais depreciável que há. Mas não devem ser ignorados, pois são pessoas perigosas. Talvez tanto quanto seus ídolos. Pobres imbecis.